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HÁBITOS

Os hábitos emolduram a nossa vida de forma marcante, trazendo benefícios ou gerando muita dor de cabeça. William James, um dos fundadores da Psicologia moderna, afirmava que “toda a nossa vida não é nada além de uma massa de hábitos”. Ele dedicou-se a entender por que eles existem, dando início a investigações da ciência acerca do seu funcionamento e de como eles se alteram.
Charles Duhigg, um dos grandes jornalistas investigativos do New York Times, finalista no prêmio Pulitzer 2009, nos mostra em seu livro O Poder do Hábito o ciclo de formação e manutenção desse comportamento, batizando-o de Loop do Hábito. Esse ciclo descreve uma trajetória que tem início com um Gatilho ou Deixa (estímulo disparador), passando ao estabelecimento de uma Rotina (a assiduidade das ações), para desaguar na Recompensa (o prazer obtido).
Com o decorrer do tempo, essa trajetória se automatiza e então, gatilho e recompensa vão se enlaçando, surgindo o senso de antecipação e desejo, gerando o hábito. A partir daí, o cérebro entende que vale a pena memorizar essa relação, para poupar os seus centros mais refinados de tomada de decisão e, toda vez que o gatilho dispara, o ciclo se completa.
Os pesquisadores descobriram que uma forma de criar um bom hábito é gerar uma aspiração e definir claramente uma recompensa. Essa relação entre demanda e prazer criará anseios neurológicos, que alimentarão o Loop do Hábito. Pesquisas confirmaram que, quando essas definições são escritas e planejadas, as probabilidades de aquisição do hábito almejado aumentam sensivelmente.
Não menos importante, é lembrar que existem hábitos que desencadeiam outros hábitos. São os chamados Hábitos Angulares. Quando buscamos um projeto de transformação nas nossas vidas, devemos estar atentos ao desenvolvimento de um bom hábito que poderá estabelecer novos padrões psíquicos de pensamento, alavancando novas perspectivas e novas rotinas.
Pessoas que alcançam resultados satisfatórios em suas vidas mantêm uma relação gatilho – recompensa bem definidos, gerando anseios neurológicos responsáveis em conservar os hábitos salutares que as orientarão na direção dos seus propósitos.
Paulo Joau – Psicólogo, Coach e Practitioner em PNL.

 

PENSAMENTOS 

Costumo comparar a utilização dos nossos pensamentos com adestramento de cavalos selvagens: “se quisermos bem utilizá-los, deveremos, inicialmente, domesticá-los”. Aquilo que pensamos define o nosso humor, propondo, em consequência, uma ação a ser perpetrada. Ou seja, os nossos pensamentos nos conduzem a estados emocionais e definem comportamentos que nos ajudam ou que dificultam a nossa vida. Daí, a importância de “domesticá-los”.
Como se vê, eles nos auxiliam quando nos impulsionam, quando nos encorajam no enfrentamento dos nossos medos e receios, sendo, portanto, adaptativos. Podem, também, nos colocar para baixo. São os pensamentos intrusivos ou distorcidos, normalmente catastróficos, que nos tomam de súbito, gerando incômodo e angústia.
Quando pensamentos disfuncionais nos cercar, podemos avaliá-los conforme a sua validade e utilidade. Desafiá-los, questionando-lhes acerca das reais evidências (a favor e contra) das suas previsões, examinando se não há uma outra forma de interpretar a situação apresentada, é uma maneira de extrair a sua pertinência. O fato de pô-los à prova, “gelatinizando-os”, pode nos conduzir a uma forma mais lógica e racional de percebermos a realidade, produzindo mudança positiva do nosso estado emocional, com sinais evidentes de melhora em relação ao incômodo momentaneamente vivido.
Paulo Joau - Psicólogo e Practitioner em PNL.

 

CIÚME

Etimologicamente, a palavra ciúme vem do latim zelumen, ou do grego zelus, significando zelo, desvelo, cuidado. Otelo, O Mouro de Veneza, uma das monumentais obras de Shakespeare, é um dos grandes exemplos da literatura mundial acerca desse sentimento que tem na desconfiança o seu principal personagem. De fato, o ciúme nasce de uma insegurança em relação à fidelidade do outro que se supõe envolvido com uma terceira pessoa.
Uma das razões para a existência do ciúme é o sentimento de posse tão arraigado à cultura humana. A forma de amor Eros, o amor da falta, do desejo insaciável, expressa bem esse sentimento de posse. Em espanhol, as expressões “eu te amo” e “te quiero” tem o mesmo significado.
Muitas pessoas acham uma bela declaração de amor confessar: “você é tudo para mim e não sei viver sem a sua companhia”. Essa declaração traz o peso de uma grande e difícil responsabilidade, caso seja levada ao pé da letra, mas será que inconscientemente a mensagem de apropriação da vida do outro não foi dada?
Sentir-se dependente do outro é um campo fértil para o aparecimento do ciúme, já que fica patente uma fronteira difusa de egos que faz surgir no indivíduo a necessidade de apoderar-se da autodeterminação do outro, para se sentir seguro em relação à sua própria autoestima.
A relação eu-tu evoca a existência de um terceiro ente imaginário que é paulatinamente construído na medida em que ambos proporcionam mútua autonomia, gerando crescimento e admiração em uma espiral virtuosa que traz prazer, plenitude e harmonia à relação.
André Comte-Sponville, em seu belo livro Pequeno Tratado das Grandes Virtudes, cita Alain, ensaísta francês, para nos dizer que amar é encontrar a riqueza fora de nós mesmos. Narra ele a despedida de um casal ao se separar. Nos momentos finais da conversa, ela olha para ele e, ternamente, faz um último pedido: “Ama-me enquanto desejares, meu amor; mas não nos esqueça”. Viver é deixar viver, já dizia o poeta...
Paulo Joau – Psicólogo, Coach e Practitioner em PNL

REFLEXÕES PESSOAIS

Paulo Joau (psi.paulojoau@gmail.com)

As frases são produtos de reflexões acerca da Vida e suas circunstâncias. Elas têm a capacidade de consolidar situações e vivências. Gostaria de compartilhar algumas que cunhei ao longo da minha existência.

“Um relacionamento amoroso duradouro se dá em razão de admiração mútua, e não em função de aplacar carências pessoais ou necessidades afetivas”. Paulo Joau

“Nossos pensamentos são como cavalos selvagens. Se queremos nos valer deles com segurança, necessitamos, antes de tudo, domá-los”. Paulo Joau

“Só o esforço na direção do bem enobrece a vida” Paulo Joau

“O mais difícil da vida é ter que conviver com despedidas e saudades” Paulo Joau

“A doença é a grande niveladora dos seres humanos, alertando-os de que a Natureza não prioriza os seus filhos.” Paulo Joau.